quinta-feira, 19 de setembro de 2013

PESQUISA: Educação inclusiva com ênfase em Libras.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA COM ÊNFASE EM LIBRAS.

Aos 16 dias do mês de julho do ano de 2013, dirigir-me até a secretária da escola a qual eu atuo, aqui iremos chamar de escola – 1, e solicitei que a mesma me ajudasse a responder a pesquisa a qual devo dar satisfação à professora de libras da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Porém a mesma me informou que não estava apta a fornecer-me as informações necessárias, pois, esta só estava na secretaria a alguns meses. Diante deste fato, percebi a necessidade de pesquisar diretamente a diretora da escola, então aos 19 dias do mesmo mês e ano, foi entregue à diretora o questionário, esta o respondeu e enviou-me novamente.
A situação vivida pela escola – 1 em relação aos surdos é praticamente neutra, a sorte, no entanto, é que nos últimos anos esta escola não recebeu nenhuma criança surda, mas também não conta com nenhum tipo de apoio ou qualquer outro tipo de assistência à pessoa surda ou deficiente auditiva.
O fato é que o município ao qual sou funcionária não tem em sua estrutura pedagógica nenhum tipo de especialista nessa área, nenhuma sala especial, e nem mesmo assistência medica necessária ao surdo ou portador de deficiência auditiva, fazendo-se necessário uma assistência fora do município, em cidades circo vizinhas.
O município convive com alunos surdos ou deficientes auditivos, no entanto esses permanecem excluídos nas salas de aula, não sei ao certo quantos são, mas posso relatar um pouco sobre as historias de dois alunos, aos quais tive o prazer de conhecer.
Conheci a aluna D. quando ainda tinha cinco anos de idade. Sobre esta, não tenho muito que relatar, pois convivi muito pouco com ela. A aluna D. era uma menina adorável, comportada e muitas vezes tentava copiar o que era passado em sala de aula. O que mais me angustiava era não saber como comunicar com ela, porém em menos de dois meses fui transferida para outra turma e não tive mais noticias dessa criança.
No ano de 2011, lecionei no 6º ano para a irmã de D. que estudava na mesma sala que ela quando as conheci, fiquei muito triste ao saber que D. não havia conseguido acompanhar a irmã, ficando retida nas séries anteriores.
Em 2013, com essa pesquisa, descobrir que D. havia sido retida durante três anos em uma mesma série e que hoje já dispõe de um aparelho auditivo, mas que mesmo com o aparelho, a menina ainda tem dificuldades em ouvir. Por consequência da sua audição tardia, a mesma ainda tem muita dificuldade para se expressar oralmente.
O segundo aluno, que aqui iremos chama-lo de J. Eu tive o prazer de conhecê-lo antes mesmo de ser professora, pois sempre que eu podia, eu auxiliava uma professora muito querida que lecionada para jovens e adultos. J. perdeu a audição quando pequeno, decorrente de uma febre que atingiu também as cordas vocálicas, porém, eu acredito que o fato da perda da audição ter ocorrido após a aquisição da língua, isso pode ter facilitado o aprendizado do mesmo. Não sei explicar o porquê e nem como, mas o mesmo realizava contas e eu acredito que lia e produzia texto, a ponto de ser aprovado para o 6º ano, no entanto soube que o mesmo estava pensando em desistir, pois no 6º ano não é possível uma atenção como ele tinha no 5º ano, porém não tive mais notícias e não sei se este ainda reside no município.
Esses foram alunos na sede do município, portando, posso expressar sem medo de errar, que o município não conta com nenhum tipo de assistência às pessoas surdas ou portadoras de deficiência auditiva.


CONCLUSÃO
Percebo que há um grande abismo entre a lei e a aplicabilidade da mesma, pois se a mesma entrou em vigor desde 2002 e já se passaram mais de 10 anos e no local onde trabalho não há pessoas que tenha no mínimo noção de libras. Se tivesse ocorrido nesta escola algum caso de alunos surdos ou com deficiência auditiva, provavelmente esse aluno seria ignorado e excluído, não porque de fato assim o quiséssemos, mas pela nossa própria ignorância e falta de conhecimento no sentido geral, tanto na apropriação da libras, quanto aos direitos que este aluno tem e que certamente lhe seria negado.
Posso dizer que a inclusão existe no sentido dos sujeitos estarem todos juntos em um único espaço, porem isso tudo se torna uma exclusão, pois dificilmente ocorrerá o que de fato deveria ocorrer, nos deixando felizes, se conseguirmos pelo menos a comunicação entre aqueles que dividem o mesmo espaço.
Às vezes, me pergunto, para que existem as leis, pois são tão lindas, mas de que valem? O Brasil precisa de uma única lei, que permita o seu cumprimento, pois por mais que temos leis que nos defendo ela traz muitas brechas que dificulta o cumprimento do que julgamos ser nossos direito. A justiça muitas vezes demora tanto para deferir uma sentença que quando a mesma é realmente dada, já não tem nem mais o porquê daquilo. Por isso muitas pessoas deixam seus direito passarem, só para não ter o desgasto físico e psicológico de ir ao tribunal e esperar por diversos meses ou como na maioria, anos, para receber aquilo que realmente é seu por direito.
Com a inclusão não é muito diferente, as pessoas são aceitas pelo estabelecimento educacional, mas daí fornecer-lhe aquilo que a lei lhe dar o direito, é outra história. A formação do profissional que é obrigado a lhe dar com diferentes tipos de pessoas todos os dias, não acontece na mesma proporção a qual lhe é exigido, e nem mesmo um apoio de especialistas na maioria das vezes não é disponibilizado deixando o educador abandonado para desenvolver sua pratica com coração e criatividade ou se o educador não se importar, simplesmente excluirá o sujeito portador de seus direitos.

REFERENCIAS
ROSA, Emília Farias. BENTO, Nanci Araújo. Educação inclusiva com ênfase em libras. Salvador: UNEB / GEAC, p.16 e 17, 2

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