EDUCAÇÃO INCLUSIVA
COM ÊNFASE EM LIBRAS.
Aos 16 dias do mês de julho do ano de 2013, dirigir-me até a
secretária da escola a qual eu atuo, aqui iremos chamar de escola – 1, e
solicitei que a mesma me ajudasse a responder a pesquisa a qual devo dar
satisfação à professora de libras da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Porém
a mesma me informou que não estava apta a fornecer-me as informações
necessárias, pois, esta só estava na secretaria a alguns meses. Diante deste
fato, percebi a necessidade de pesquisar diretamente a diretora da escola,
então aos 19 dias do mesmo mês e ano, foi entregue à diretora o questionário,
esta o respondeu e enviou-me novamente.
A situação vivida pela escola – 1 em relação aos surdos é
praticamente neutra, a sorte, no entanto, é que nos últimos anos esta escola
não recebeu nenhuma criança surda, mas também não conta com nenhum tipo de
apoio ou qualquer outro tipo de assistência à pessoa surda ou deficiente
auditiva.
O fato é que o município ao qual sou funcionária não tem em
sua estrutura pedagógica nenhum tipo de especialista nessa área, nenhuma sala
especial, e nem mesmo assistência medica necessária ao surdo ou portador de
deficiência auditiva, fazendo-se necessário uma assistência fora do município,
em cidades circo vizinhas.
O município convive com alunos surdos ou deficientes
auditivos, no entanto esses permanecem excluídos nas salas de aula, não sei ao
certo quantos são, mas posso relatar um pouco sobre as historias de dois alunos,
aos quais tive o prazer de conhecer.
Conheci a aluna D. quando ainda tinha cinco anos de idade.
Sobre esta, não tenho muito que relatar, pois convivi muito pouco com ela. A
aluna D. era uma menina adorável, comportada e muitas vezes tentava copiar o
que era passado em sala de aula. O que mais me angustiava era não saber como
comunicar com ela, porém em menos de dois meses fui transferida para outra
turma e não tive mais noticias dessa criança.
No ano de 2011, lecionei no 6º ano para a irmã de D. que
estudava na mesma sala que ela quando as conheci, fiquei muito triste ao saber
que D. não havia conseguido acompanhar a irmã, ficando retida nas séries
anteriores.
Em 2013, com essa pesquisa, descobrir que D. havia sido
retida durante três anos em uma mesma série e que hoje já dispõe de um aparelho
auditivo, mas que mesmo com o aparelho, a menina ainda tem dificuldades em
ouvir. Por consequência da sua audição tardia, a mesma ainda tem muita
dificuldade para se expressar oralmente.
O segundo aluno, que aqui iremos chama-lo de J. Eu tive o
prazer de conhecê-lo antes mesmo de ser professora, pois sempre que eu podia,
eu auxiliava uma professora muito querida que lecionada para jovens e adultos.
J. perdeu a audição quando pequeno, decorrente de uma febre que atingiu também
as cordas vocálicas, porém, eu acredito que o fato da perda da audição ter
ocorrido após a aquisição da língua, isso pode ter facilitado o aprendizado do
mesmo. Não sei explicar o porquê e nem como, mas o mesmo realizava contas e eu
acredito que lia e produzia texto, a ponto de ser aprovado para o 6º ano, no
entanto soube que o mesmo estava pensando em desistir, pois no 6º ano não é
possível uma atenção como ele tinha no 5º ano, porém não tive mais notícias e
não sei se este ainda reside no município.
Esses foram alunos na sede do município, portando, posso
expressar sem medo de errar, que o município não conta com nenhum tipo de
assistência às pessoas surdas ou portadoras de deficiência auditiva.
CONCLUSÃO
Percebo que há um grande abismo entre a lei e a
aplicabilidade da mesma, pois se a mesma entrou em vigor desde 2002 e já se
passaram mais de 10 anos e no local onde trabalho não há pessoas que tenha no
mínimo noção de libras. Se tivesse ocorrido nesta escola algum caso de alunos
surdos ou com deficiência auditiva, provavelmente esse aluno seria ignorado e
excluído, não porque de fato assim o quiséssemos, mas pela nossa própria
ignorância e falta de conhecimento no sentido geral, tanto na apropriação da libras,
quanto aos direitos que este aluno tem e que certamente lhe seria negado.
Posso dizer que a inclusão existe no sentido dos sujeitos
estarem todos juntos em um único espaço, porem isso tudo se torna uma exclusão,
pois dificilmente ocorrerá o que de fato deveria ocorrer, nos deixando felizes,
se conseguirmos pelo menos a comunicação entre aqueles que dividem o mesmo
espaço.
Às vezes, me pergunto, para que existem as leis, pois são
tão lindas, mas de que valem? O Brasil precisa de uma única lei, que permita o
seu cumprimento, pois por mais que temos leis que nos defendo ela traz muitas
brechas que dificulta o cumprimento do que julgamos ser nossos direito. A
justiça muitas vezes demora tanto para deferir uma sentença que quando a mesma
é realmente dada, já não tem nem mais o porquê daquilo. Por isso muitas pessoas
deixam seus direito passarem, só para não ter o desgasto físico e psicológico
de ir ao tribunal e esperar por diversos meses ou como na maioria, anos, para
receber aquilo que realmente é seu por direito.
Com a inclusão não é muito diferente, as pessoas são aceitas
pelo estabelecimento educacional, mas daí fornecer-lhe aquilo que a lei lhe dar
o direito, é outra história. A formação do profissional que é obrigado a lhe
dar com diferentes tipos de pessoas todos os dias, não acontece na mesma
proporção a qual lhe é exigido, e nem mesmo um apoio de especialistas na
maioria das vezes não é disponibilizado deixando o educador abandonado para
desenvolver sua pratica com coração e criatividade ou se o educador não se
importar, simplesmente excluirá o sujeito portador de seus direitos.
REFERENCIAS
ROSA,
Emília Farias. BENTO, Nanci Araújo. Educação
inclusiva com ênfase em libras. Salvador: UNEB / GEAC, p.16 e 17, 2
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