domingo, 11 de dezembro de 2011

A ESCOLA E AS QUESTÕES SOCIAIS.


Trabalho apresentado à disciplina da Pesquisa Cientifica, no curso de pedagogia, da Plataforma Freire - PARFOR, da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, sob a orientação da Professora Cristina Freitas.


 
Teixeira de Freitas
2010.

 
Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos

 
1.    INTRODUÇÃO
Diante das situações vividas em sala de aula e em nossa sociedade, percebemos a necessidade da inclusão dos Temas Transversais em nossas escolas.
O professor como mediador, deve tornar se um agente da cidadania, conhecer direito e deveres e transmiti-los aos alunos, mas não de forma ditador, com o uso da democracia, do debate, do uso do raciocínio, levando o aluno pensar e construir seus próprios valores e princípios.
O social abrange a todos e necessita da participação de todos, da comunidade, das instituições e de toda a escola. Trabalhar o social requer convívio social, um olhar crítico que nos permiti tornarmos seres capazes de transformar mundos.

 
2.    A ESCOLA E AS QUESTÕES SOCIAIS.
Incluir Temas Transversais requer uma tomada de posição perante as dificuldades fundamentais e indispensáveis da vida social.

 
2.1 VALORES E ATITUDES NA ESCOLA.
Os professores necessitam refletir sobre a natureza e a aprendizagem para passar aos seus alunos a capacidade de refletir e questionar normas e valores. Isso se trata em uma dimensão social e pessoal que envolve cognição e afeto que formam a conduta.
Normas e regras orientam padrões e condutas que serão compartilhados por pessoas de um grupo. Valores orientam ações que possibilitam uma análise crítico. Podendo haver conflitos pelas várias visões de se entender o mundo.
Para Brasil (2001) existem valores e atitudes que dizem respeito aos conteúdos específicos das diferentes áreas (como, por exemplo, a valorização da literatura regional brasileira no tratamento de Língua Portuguesa), cuja aprendizagem acontece simultaneamente à dos conceitos e procedimentos daquelas áreas, por meio de atividades sistematizadas e planejadas.
A pedagogia explora pouco os valores e as atitudes. Para despertar uma atitude é importante ensinar algo e as suas conseqüências.
Alguns fatores culturais interferem na relação informação-mudança de atitude.  Mas não deve descartar os valores culturais, mas deve servir como ponto de partida para as reflexões.
Os conceitos e procedimentos mobilizam afetos dos alunos e professores, daí a importância de levar em conta os conhecimentos prévios dos alunos.
A atitude é um processo não-linear, ou seja, uma ação não vai determinar a personalidade do sujeito.
Encontramos um desafio na relação interpessoal, colocar-se no lugar do outro para entender suas ações e idéias, essa ação pode levar o indivíduo a desenvolver a solidariedade.
Ensinar valores não implica em disciplinar os alunos, mas intervir no desenvolvimento das atitudes. É necessário cuidado e atenção para entender seus comportamentos nos desenvolvimento moral e social.

 
2.2 A AUTONOMIA NA CONSTRUÇÃO DE VALORES.
A autonomia não existe em sua totalidade, o sujeito não pode ser um ser único isolado, mas desenvolve a sua autonomia num contexto social e, portanto realiza um processo coletivo que gera uma relação de poder não autoritária.
Segundo Brasil (2001), “a dimensão ética da democracia consiste na afirmação daqueles valores que garantem a todos o direito a ter direito, é preciso fazer uma distinção entre afirmação e imposição de valores.”
A imposição fere a democracia da liberdade, obrigando o sujeito a ter bons comportamentos enquanto é observado por forças externas. É em sua totalidade contrária a perspectiva da autonomia ao construir valores e atitudes.
Para se desenvolver valores, é necessário ter um amplo conhecimento dos mesmos, ter a oportunidade de conhecê-los, vivenciá-los e criticá-los, para poder formar seu próprio conceito.
Ao transmitir valores o professor deve demonstrar aos alunos os valores e a intenção de ensiná-los. Em sua pedagogia, deve-se permitir momentos de discussão, pois os alunos não devem aceitar tudo como é colocado, mas devem questionar e formar os seus valores próprios. Não podemos esquecer que essas discussões podem gerar conflitos, pois estes são próprios do processo democrático, e é o que os fazem crescer.
Esse tipo de pedagogia deve ser usado de forma responsável, que facilite o aprendizado, valorizando a participação e mostrando que as opiniões dadas por eles têm um real valor.
A autoridade dos educadores não é ferida ao dar a oportunidade de discutir e reformular valores, todavia é nela que se apóia a garantia de deveres e direitos no contexto escolar. Esse processo até alcançar a autonomia e permitir ao educando a capacidade de agir segundo seu próprio juízo é longo e necessita da autoridade dos adultos na sua orientação. Essa autoridade deve ser construída durante o processo, quando o professor sabe se colocar diante dos problemas com responsabilidade, justiça e com base nos valores que se pretende ensinar.

 
2.3 MATERIAIS DIDÁTICOS.
O material didático, encontrado nas salas de aula demonstra valores e concepções a cerca de um objeto. É de fundamental importância que esses valores sejam estudados e analisados no seu contexto histórico, cultural e social.
O estudo de outras fontes como jornais, revistas, podem enriquecer o estudo sobre valores e papéis sociais. Esse discurso em classe, rebatendo-o com outras probabilidades e contextualizando-os historicamente, culturalmente e socialmente, ajudará a confirmar os valores que expressam, apontando as maneiras como o pratica.
De acordo com Brasil (2001):
Isso é mais interessante do que simplesmente rejeitá-los quando negativos, porque favorece o desenvolvimento da capacidade de analisá-los criticamente, de tal forma que os alunos, na medida de suas possibilidades e cada vez mais, os compreendam, percebam sua presença na sociedade e façam escolhas pessoais e conscientes a respeito dos valores que elegem para si.

 
2.4 AÇÕES QUE GERAM APREDIZAGEM.
O ensino e a aprendizagem de procedimentos merecem a atenção dos educadores. Eles são conteúdos que requer uma série de ações planejadas e ordenadas.
Ao produzirmos um jornal ou estudarmos o meio ambiente, poderemos elaborar ações que trará o aprendizado e este será aperfeiçoado ao longo dos anos, pois a medida que se exerce a prática com a colaboração do professor, o aluno  constrói o seu próprio conhecimento e futuramente, serão capazes de elaborar e agir por si mesmo.
É importante ressaltar que:
A inclusão de tais conteúdos permite, portanto, tomar a prática como objeto de aprendizagem, o que contribui com o desenvolvimento da potencialidade e da competência dos alunos, condições necessárias à participação ativa, propositiva e transformadora, como requer a concepção de cidadania em que se baseiam estes Parâmetros Curriculares Nacionais. (BRASIL, 2001).

2.5 ENSINO E PRÁTICA PRECISAM ANDAR DE MÃOS DADAS.
É a relação de todos na escola, dentro ou fora da sala de aula. Não podemos ensinar algo se não agimos de acordo com o que ensinamos e essas ações devem envolver a todos na escola. As nossas ações precisam proporcionar aos alunos a participação, o convívio e principalmente ser um exemplo capaz de formar suas praticas.
Sabemos que muitas vezes essas medidas estão fora do alcance do educador, contudo temos o conhecimento que existem outras que estarão dentro das possibilidades. Devendo o professor, na segunda situação, mobilizar toda a escola, a direção terá o compromisso de colaborar, os pais se farão essenciais e todos precisarão conhecer os objetivos a serem alcançados.
Brasil (2001) alega que para os professores polivalentes de primeiro e segundo ciclos, essas situações serão especialmente valiosas para que possam definir a forma de trabalhar com os Temas Transversais a partir da realidade de cada um e dentro das possibilidades da escola. Para os professores das diversas áreas, de terceiro e quarto ciclos, essas situações serão fundamentais para que possam coordenar a ação de cada um e de todos em torno do trabalho conjunto com os Temas Transversais.

 
2.6 INTERAÇÃO ESCOLA X SOCIEDADE.
É de grande valia a interação com instituições, pois estabelece um vinculo com a realidade a qual se está trabalhando. Estas instituições devem ter compromisso com as questões apresentadas pelos temas transversais e desenvolver atividades de interesse para o trabalho educativo. Desta maneira permite uma interação sócio-cultural, resgatando no recinto escolar a produção coletiva do conhecimento e da realidade.

 
2.7 EDUCADOR E AO MESMO TEMPO UM CIDADÃO.
No compromisso de se trabalhar questões sociais na perspectiva da cidadania, o professor deve se colocar na situação de cidadão. Conhecer seus direitos e deveres, formando-se sujeito crítico, tornando-se agente da cidadania e profissionais valorizados.
É tradição da educação brasileira não incluir matérias que tratem de questões sociais e políticas. Sabemos da necessidade de formação dos docentes, mas Não significa necessariamente que o professor somente depois de formado comece a trabalhar essas situações com os seus alunos, todavia é possível trabalhar o dialogo, o pensamento critico nas questões sociais e políticas, reforçando valores e princípios, isso se torna significativamente um início das mudanças que podem e devem ocorrer na educação.
O professor sabe que a escola é um lugar de relação e co-relação entre professor, aluno, família, escola e estado. É o lugar de criar e recriar, possibilitar a construção da autonomia, reconhecendo-se como profissionais capazes de se transformar e serem agentes transformadores.
3.    CONSIDERAÇÕES FINAIS.
É certo que se faz necessário a formação do professor, mas percebemos que mais necessário ainda é a formação do cidadão, pessoas conhecedoras de seus direitos e deveres, cidadão critico, capaz de formar suas próprias idéias, pensar por si só e ser capaz de julgar os seus próprios atos, construindo valores e princípios que farão parte da sua vida e a diferença no convívio social e política.
É triste, mas é fato, nossas escolas não possuem componentes curriculares que visam a formação social e política. No entanto acredito que sempre, direto ou indiretamente a escola tem contribuindo de maneira favorável e marcante para a construção de uma sociedade melhor e mais justa.
A parceria entre escola, comunidade e instituições, quando estas estão de acordo com os Temas Transversais, só têm a contribuir e “enriquecer” ambas as partes.
Pude perceber que as vezes podemos fazer muito mais do que pensamos, só necessitamos de um auxílio ou até mesmo um olhar critico sobre o que estamos fazendo. E sinceramente, essa é uma das tarefas mais difíceis de se concretizar, perceber onde e quando erramos, para termos a oportunidade e a capacidade de corrigir.

4.    REFERENCIAS.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Currículos Nacionais; Apresentação dos Temas Transversais e Ética. Brasília. Mec, 2001.
SIRLANE FRANCO DE CARVALHO NUNES.
SILVANE DOS REIS FRANCO NASCIMENTO

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